Descobri muito tarde que essa dor não cessa com aspirina
Mas os remédios que tomo são todos tarja preta
Mas para essa solidão não há cura nem mesmo na medicina
E continuo a ingestão deles sem fazer careta
Hoje sei que o gosto das coisas não é mais o mesmo
A amargura da tua ausência some com a pureza do sabor
Sigo ingerindo, engolindo, desperdiçando minha vida a esmo
E ainda sim não vejo solução para este doentio amor
Quero um remédio vencido que me traga alguma alegria
Qualquer droga alucinógena que tire meu ser do real
Quero de volta minha alma, que só há em tua companhia
Quero tudo que acabe com este insuportável mal
Eu sei, eu sei, não quero e nem preciso de muito dinheiro
Mas quero uma onda que cause uma viagem psicodélica
Que me faça viajar o mundo inteiro
E não te procurar em qualquer baralho de casa esotérica.
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