quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Repetição

Por quantos dias olhei para a porta esperando que tu entrasses.
Por quantos dias não vi minha face no espelho para que não chorasse.
Tanto tempo se passou e a porta não se abriu. Você não entrou.
Tanto tempo se passou e, no meu rosto, toda lágrima secou.

Já nem sei mais quanto tempo estou trancafiado nas paredes da solidão.
Já nem sei mais se tenho vida fora desta injusta prisão.
Dentro dessas grades a luz já não entra, nem o calor, nem há conforto.
Dentro dessas grades já não existo, pareço vivo, embora morto.

Perdi o controle da situação, já não sinto gosto algum ou cheiro.
Perdi o controle até do que penso e à loucura, beiro.
Minha mente me tortura, não quero estar aqui.
Minha mente me tortura, finge o tempo todo que estás aqui.

Tudo é insuportável, minha voz, cada som, cada toque e assim
Tudo é insuportável. Até a vontade de permanecer em mim.
Morte tire-me daqui. Acabe de vez com esta sublime punição.
Morte tire-me daqui. Tu és a única saída para este pobre e partido coração.

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