quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Pelado e inerte, observei tua bestialidade e encarniçamento
diante da perda do domínio que tinhas - apenas em tua conjectura.
Naquele instante, de tudo que ouviste, que eu havia realmente dito?
Nesse instante, é vetusto. Nem mesmo eu sei.
Passaram-se apenas alguns segundos e tu ainda estavas vociferando
 – há muito não mais te ouvia.
O que sei é que, para mim, perdeste a excentricidade,
Aquilo que te era raro, a tua estranhez,
Aquele respirar que conduzia e atiçava minha curiosidade e meu desvelo.
Não pude – não quis – lidar com teu marasmo.
Tua nova monotonia se alastrava em mim como uma septicemia.
Tua bravata se desfez perante a minha.
Tu, permeada de puerilidade diante do entejo.
Eu, supostamente impassível, mas desejante de comiseração qualquer.
Saíste sem dizer adeus.
Quanta indelicadeza tua.
Quanto azedume meu...