terça-feira, 12 de outubro de 2010

Tempo

Por que o tempo não pára? Por que a felicidade é tão rara?
São perguntas que não me ponho mais a fazer.
Não vejo a luz, o que me conduz? Portas se fecham à minha cara.
Mas nem assim tenho vontade de esquecer.

Esquecer o que me faz tão bem, a que preço?
A contemplar um passado em que fui feliz?
Em dizer, já desistindo, que não a mereço?
Não posso olhar para trás e ver se assim eu o fiz.

Quero olhar para trás e lembrar-me de nós dois.
Quero parar desde já e sentir a tua presença.
Ser feliz antes, agora, e depois.
E jamais carregar de novo o peso da tua ausência.

A falta que sinto de ti não posso explicar.
Assim como respostas a todas essas perguntas não sei.
Eu sei apenas que por esse imenso gostar.
Se eu tiver de me perder para te reencontrar, irei.

Irei mesmo sem saber de nenhuma resposta
Não me importa se eu não tiver alguma garantia
E mesmo que se fechem todas as portas.
Saberei que de te gostei... ainda gosto... a cada dia.

sábado, 9 de outubro de 2010

esquecimento

MAIS. EU PRECISO SEMPRE MAIS.
MESMO QUANDO NÃO TENHO CERTEZA.
MESMO QUANDO HÁ SÓ A TRISTEZA.
SOLIDÃO É A JANELA DA MINHA PAZ.

QUASE ME PERDI EM PENSAR SOMENTE ASSIM.
TIVE MEDO DE NÃO CONSEGUIR SUPORTAR.
SÓ AGORA RECONHEÇO QUE MEU CAMINHAR.
ERA O COMEÇO, MEU DESCONHEÇO, MEU FIM.

JÁ NÃO CONSIGO DORMIR. SONHAR? NEM MESMO ACORDADO.
CORRI, TENTEI FUGIR DESSA REALIDADE.
AGORA SEI QUE É TUDO SÓ SAUDADE
APENAS SENTIMENTOS QUE DEIXEI MAIS UMA VEZ DE LADO.

PAREI? NEM QUERO SABER ONDE ESTOU.
A DÍVIDA QUE TENHO É COM MINHA VIDA.
CANSADO DESTA, AGORA É MINHA SAÍDA.
ESQUECER DE TUDO. ATÉ MESMO DE QUEM SOU.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

cotidiano

Fico ouvindo músicas. Agora fazem sentido novamente.
Havia perdido o gosto pelas coisas normais.
Pensava em viver de novo? Não, não queria mais.
Mas parece que já sou algo que vive, pensa, sente.

Palavras sem nexo eu teria escrito antes, bem antes.
Agora não tenho medo do que elas representam.
Descobri que mesmo as palavras dispersas – loucas – amam.
De um jeito diferente, nelas pareço algo, um ser, amante.

Percebi a beleza no caminho que percorro todos os dias.
É a descoberta do novo na mesma e contínua experiência.
Um menino brincando com seu quite de ciência.
Um adulto vendo em todo canto sem graça, magia.

Engraçado pensar que quero e preciso te dizer cada bobeira.
Isso e aquilo, cada detalhe de pensamentos absurdos.
Ainda bem que todos eles não passam de loucos mudos.
De outra forma verias que nem tudo é brincadeira.

Talvez agora eu possa deixar de queixumes.
Posso parar de escrever na intenção de te encontrar.
Por que fugir se a vontade é de sempre ao teu lado estar?
É complicado, eu sei, mas coração, por que não assumes?
                                               ...                    

domingo, 3 de outubro de 2010

liberdade e ilusão

Hoje escrevo por falta de inspiração.
Eu não tenho musa para colocar no pedestal.
Não tenho grana para deixar recados na caixa postal.
Não estou cercado de amor ou paixão.

Minha vida é cheia de ilusões e viagens.
Não paro mais em local algum para descansar
Mas também não tenho casa para habitar
Nem celular para deixar-te mensagens.

Em plena era digital, de amores virtuais
Não tenho como me prender a essa rede
Estou na chuva de e-mails, mas ainda sinto sede
Chega de encontros e desencontros casuais.

Mais uma vez um desencontro às escuras.
Um jantar americano, uma saída à francesa.
Parece que não tenho grana para bancar a mesa
É hora de levar a sério minhas travessuras.

É tanta coisa para contar que já nem sei
Percebes quantos assuntos me ponho a falar?
E as coisas que já descrevi só de imaginar?
Achas que de tanto imaginar, pensar que vivi, sonhei?

Ainda bem que eu não pago para sonhar
E nem sobre eles são impostos tributos.
Dentro deles sou governo, rei, absoluto.
E neles, sou livre, és livre. Simplesmente livres para amar.