Hoje escrevo por falta de inspiração.
Eu não tenho musa para colocar no pedestal.
Não tenho grana para deixar recados na caixa postal.
Não estou cercado de amor ou paixão.
Minha vida é cheia de ilusões e viagens.
Não paro mais em local algum para descansar
Mas também não tenho casa para habitar
Nem celular para deixar-te mensagens.
Em plena era digital, de amores virtuais
Não tenho como me prender a essa rede
Estou na chuva de e-mails, mas ainda sinto sede
Chega de encontros e desencontros casuais.
Mais uma vez um desencontro às escuras.
Um jantar americano, uma saída à francesa.
Parece que não tenho grana para bancar a mesa
É hora de levar a sério minhas travessuras.
É tanta coisa para contar que já nem sei
Percebes quantos assuntos me ponho a falar?
E as coisas que já descrevi só de imaginar?
Achas que de tanto imaginar, pensar que vivi, sonhei?
Ainda bem que eu não pago para sonhar
E nem sobre eles são impostos tributos.
Dentro deles sou governo, rei, absoluto.
E neles, sou livre, és livre. Simplesmente livres para amar.
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