terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Sentido proibido

Siga em frente, elas tentam ordenar.
Mude de sentido, não vá por aí,
Volte de onde estás.
Placas, sinais, avisos durante todo o caminho.
Talvez a falta deles fizesse mais sentido,
Mas em qual sentido continuar?
Nessa autoestrada, não vejo horizonte, não vejo limites
E toda essa sinalização impede de me ultrapassar.
Esqueço o tráfego e sigo no modo automático
Para um destino que desconheço muito bem.
Ofego, somático transeunte dentro desta máquina,
Sinalizo para o outro, que recusa a enxergar e
Eu me distraio olhando o retrovisor.
Vejo-me imprudente, infrator e sobe-me, tão alta,
A culpa pela intenção de querer sê-lo.
Destino selado.
Morto por precisas indicações,
Vivo por um irresoluto, mas desejado,
Acidente.