domingo, 26 de junho de 2016

Sossego prazerosamente, absorto em ilusões,
Criando cenários cada vez menos prováveis e,
Nem por isso, de alguma forma, menos tangíveis.
O sentimento lacerado urge voraz pelo recobro fantasioso.
Quanta desarmonia! Opoentes proclamados. De um lado,
Doces lembranças carregadas de modesta, mas suficiente, glória,
Alimentam essa cata de regalos tão desditosos.
De outro lado, dissabores de um mundo que sempre foi mais meu.
A realidade corrente que me assusta e usurpa a resistência.
Seria fácil, se possível fosse, escolher o abandono seleto,
Sem proporção justa daquilo que penso
E sinto como divícias sublimes
Em detrimento de alguma – qualquer – paz.
Percebo-me, mais uma vez, desde o último “se”,
Orbitando indefinidamente no malogro.
Apesar de tudo, sigo num estranho e inquieto quase júbilo.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Imerso num hausto longo demais,
Não consegui retornar à superfície e
Senti que me afogava naquele único gole de ofensa sorvido.
Já não enxergava superfície para retornar.
Uma contínua autoconstrição na voragem da insegurança.
Havia me transfigurado nesse engodo.
Antes, seminal. Agora, descrente e precito.