Nada como um dia
após o outro. Outro modo de sentir, do cigarro apagado, o mesmo trago. Trago
comigo o gosto saudoso e amargo da última dose. Dose o sentimento de solidão da
figura que não sou. Soul, como algo que não se tem definição, palavra, medida. Medida
a tensão do dia vivido, tão simples e cruel, mas que já se foi. Se foi, não há o
que se falar em misérias, tristezas, abismo e posterior resgate. Resgate apenas
o que ainda não aconteceu, o que realmente desejas, o que está por vir. Vir e
ir como dois opostos do mesmo caminho. Caminho que seguirei sem receio e que me
leve qualquer destino. Destino a você cada segundo desse meu confuso viver.
Viver que não se acaba de maneira perfeita, utópica, em qualquer, e talvez, no
próximo passo. Passo apenas de alguém que não vê a vida como uma interpretação
da escrita. Escrita de forma a pressupor meio, fim, começo. Começo o pensamento
da inevitável partida. Partida vida entre o real e apenas sonho. Sonho, apenas
isso.
Talvez sejam desejos incontidos, sonhos (mal)ditos, momentos de insônia, acalento para a dor. Ou talvez sejam apenas palavras...
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Vida?
Tenho lido muitos poemas atrás de vestígios dos meus sentimentos. Talvez fragmentados demais para serem percebidos ou confusos demais para serem descritos. Somente quando as palavras saem de mim – ainda confusas – é que podem corresponder, mesmo que de forma imprecisa, ao que sinto. Tais palavras podem soar tristes – e talvez sejam – mas não a ideia contida. Sem contexto algum, jogadas, livres, soltas estão, como devem ser. É assim que me sinto: atravessando fronteiras impostas pelo passado. Sou livre, absurdamente fora da realidade, fora de qualquer mundo que eu tenha criado para proteção do que de melhor havia guardado em mim. Tudo isso não faz sentido algum e, ainda sim, me traz tanta paz. Parece que a felicidade me alcançou onde ninguém mais alcançaria. E ela é linda, pois a vejo de olhos fechados. De mente vazia eu a imagino. De mãos atadas eu a toco. Não há limites para a minha liberdade. Eu estou vivo! Quem poderia imaginar? A simples existência daquele ser ganhou vivência de criança, curiosidade do crescer, timidez incontida, coragem para a pura honestidade, e um sorriso como jamais visto. Felicidade, teus olhos, que me fitam atenciosamente, deixam marcas profundas; teu abraço vem confortar qualquer vestígio de sofrimento; o cheiro que exalas me entorpece para os males que dos mundos – sim, dos mundos – que poderiam me atingir; teu sorriso retira qualquer sombra de tristeza e solidão que poderiam existir em mim. Por que demoraste a chegar? Estavas perto e nunca me viste? Tentaste me alcançar antes? São perguntas que não fazem mais sentido algum, pois estás aqui. Estás aqui e eu ainda não consigo acreditar muito nisso. As coisas boas sempre me assustavam e afastavam, mas desta vez é diferente. Estou aqui. Estás aqui. Juntos, você – plenitude utópica – e eu.
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